terça-feira, 18 de dezembro de 2012

delírios, crises, entre outros da madrugada.


madrugada. decido te ligar, afinal, eu vou morrer. não hoje, mas algum dia, e isso é inaceitável, porra.
— alô. — você atendeu com voz de sono.
— baby, baby, baby...
— são quatro da manhã. what the fuck. preciso dormir pra trabalhar daqui a pouco.
— trabalhar? por que diabos? hoje é sexta-feira, baby, ninguém se importa.
— é assim que ganho meu dinheiro, não há outro jeito.
— eu vou morrer.
— por que?
— porque a vida é assim. bullshit. vou morrer. não hoje, mas algum dia...
— e quem se importa? hoje é sexta-feira, baby.
— ha-ha.
— preciso dormir...
— o mundo faz sentido pra você?
— tá bêbada?
— não.
— já disse pra não beber tanto... vai dormir.
— não tô bêbada, porra, eu tô é sem sentido. meus cigarros acabaram, enjoei de ouvir música e a tinta da caneta acabou.
— lave a louça.
— vá tomar no seu cu.
— tá.
— como você consegue?
— o que?
— ser tão... normal, não ficar mal.
— shit happens, não fique mal por isso.
— você é tão clichê.
— clichê é mais fácil.
— e estúpido.
— pelo menos não fico bêbado de madrugada.
— não sei por quê estou com você.
— meu oral é bom!
— você não fuma; odeia o cheiro. você não escuta música; pouco se importa e só usa a caneta pra fazer a porra de uma cruzada no jornal.
— foda-se.
— você não vê coisas que eu vejo...
você ri.
— acha minha boceta triste?
— acho sua boceta gostosa.
everything is so simply for you, baby baby, e eu adoro isso. não preciso de mais um bukowski na minha vida. preciso de calma e aceitar que uma janela é só uma janela, nada mais que isso.
tudo bem, estou angustiada, quase surtando, perdida, melancólica
mas pra você, eu estou bêbada, baby, só bêbada.

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